oi =}

"Não cobiço nem disputo os teus olhos, não estou sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos, nem sei tão pouco se quero ver o que vêem e do modo como vêem os teus olhos. Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo.
"
(Iniciação - Ademar Santos)

28 de maio de 2010

O TESTE V.H.M. (Allan H McLeod)

"É um teste que se pode aplicar em todas as horas 
de decisão ou dúvida a respeito da vontade de Deus. "

Bom...  É meio grandinho mas é muito bom. 
Uma prova disso foi que eu consegui ler sem me desinteressar... xD

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 De todas as perguntas dirigidas a mim por irmãos à procura de conselho pastoral, uma se destaca:
“Como posso descobrir o que Deus quer da minha vida?” Sem dúvida, é uma das perguntas maisimportantes. Também é uma das mais difíceis de se responder.

Há como descobrir a vontade de Deus para o dia a dia de nossa vida? Essa descoberta é realmente importante, ou podemos resolver as situações por conta própria? Afinal, Deus não nos deu uma cabeça para pensar e o livre arbítrio para decidir as coisas?

De fato ele deu, mas aconteceu um desastre em nossas vidas chamado pecado. Resultado: ao invés de vivermos em sintonia com Deus e seu projeto para nós e o mundo, desenvolvemos nossos próprios planos e o resultado é a confusão existente na vida de muitos cristãos, inclusive de muitos líderes.

O próprio Jesus Cristo, Filho de Deus, se submeteu à vontade do Pai, no Jardim de Getsêmane, dizendo: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua”. Diante das tentações do diabo e das constantes cutucadas dos judeus, ele provou o que havia afirmado: “Por mim mesmo, nada posso fazer...” (João 5.30).

Deus nos salvou para que vivamos, não para nós mesmos, e sim, para ele (2 Coríntios 5.15). Acertar a vontade dele em todas as nossas atividades é imprescindível. O apóstolo Paulo nos lembra: “Deus preparou boas obras, de antemão, para que nós as praticássemos” (Efésios 2.10).

É possível saber o que Deus quer de nós? Sim, é possível. 

Muitos anos atrás, o famoso pregador F. B. Meyer estava voltando de navio para Liverpool, na Inglaterra, e o desembarque seria à noite. Ele e alguns outros se encontravam no convés perto da ponte de comando, observando na distância as luzes cintilantes da cidade. A noite era muito escura e o ar úmido e frio. Com a aproximação do navio ao porto, o Dr. Meyer começou a preocupar-se com a profusão de luzes e chamou o capitão. “Como é que o senhor sabe entrar no porto com essa confusão de luzes à sua frente?” .

O capitão o convidou a subir à ponte e disse: “Na realidade é muito fácil, mesmo à noite. Vou mostrar-lhe. 
O senhor está vendo aquela luz forte lá à esquerda? E está vendo aquela outra luz forte à direita dela? E está vendo aquela terceira luz maior um pouquinho mais perto? Então, fique olhando as três luzes, e verá o que acontece.” Enquanto o Dr. Meyer olhava, a luz da esquerda alinhava-se com a do meio; então, à medida que o navio virava devagarzinho, as duas se alinhavam com a terceira. “Está vendo,” disse o capitão, “minha tarefa é fazer daquelas três luzes uma só; e quando as três se tornam uma, é só seguir em frente.” 

Como o capitão do navio, orientando-se por uma série de luzes para acertar a entrada da baía e chegar com segurança no cais, você e eu precisamos conhecer e alinhar as “luzes” que Deus coloca em nosso caminho, para acertarmos sempre, como bom arqueiro, o centro da vontade dele.

Avaliando os acertos e desacertos de mais de sessenta anos de vida cristã, eu chego à seguinte conclusão: nas definições mais difíceis, meu problema não tem sido tanto acertar a vontade de Deus como acertar a hora e a maneira de Deus. E um exame da vida de nossos irmãos de outrora revela Abrão, Moisés e Davi enfrentando a mesma dificuldade: a de discernir, não a vontade do Senhor, mas sim, o tempo certo e a maneira correta de se fazer essa vontade.

Moisés avançou o sinal e deu uma trombada que o jogou na península do Sinai por quarenta anos.

Abrão fez o mesmo e criou um problema sócio-político de proporções internacionais e de extensão multissecular.

Deus Pai se agradou de seu Filho Jesus porque ele estava sempre no lugar certo, na hora certa, falando e fazendo o que era certo. O mesmo Espírito que dirigiu Jesus em todas essas horas está também em nós com o mesmo propósito: ajudar-nos a acertar em cheio o querer do Pai.

O processo em si não é complicado. Nós o complicamos com algo chamado “vontade própria” ou“egoísmo”, aquela tendência nossa de achar que somos mais entendidos que Deus. Pensamentos como: “Deus nunca me deixaria quarenta anos de molho”, ou: “Eu sou filho do Rei; tenho direito a tudo do bom e do melhor”, ou: “Deixa que eu dê um jeito”, revelam quanto mais baixos são os nossos pensamentos que os pensamentos de Deus.

Graças a Deus, há como eliminar essa interferência em nosso sistema de navegação.
A rendição do “General Eu” ao General Jesus resolve o problema. Quisera fosse tão fácil assim. Não é, pois essa nossa carne cede à cobiça que nem criança tentada por doce. Mas podemos, com tempo, desenvolver o hábito de submeter tudo a Deus em cada situação: nosso querer, nossa idéia do tempo melhor, nossa maneira de se fazer as coisas.

Quando estou diante de uma situação onde preciso de uma direção específica de Deus (não para escolher um novo sapato ou decidir qual camisa usar), eu me submeto a um teste que chamo de V.H.M. É um teste que se pode aplicar em todas as horas de decisão ou dúvida a respeito da vontade de Deus. 
O “V” é de Vontade, o “H” de Hora e o “M” de Maneira. São como aquelas três luzes na entrada do porto de Liverpool.
Vamos ilustrar.

Havia muita infiltração de água na casa onde moramos durante quatro anos e o dono estava querendo aumentar o aluguel. Perguntamos: “O que Deus quer de nós nesta situação: mudar, ou confiar nele para resolver os problemas de água e aluguel?” Como acertar a primeira luz?

Foi necessário fazer sossegar nossa alma, como ensina Davi no Salmo 131, e permitir ao Espírito de Deus produzir dentro de nosso coração uma convicção crescente quanto à vontade dele.

É durante esses dias (às vezes meses) de espera que Deus faz convergir as idéias, sonhos e orações do passado. Isso talvez requeira bastante tempo. Não podemos nos apressar. É o inimigo, e não Deus, que insiste em apressar as decisões.

Se dermos tempo e espaço para Deus, através da meditação na Palavra e oração, ele nos instruirá no caminho que devemos seguir (Salmo 32.8).
Nós dois ficamos convictos de que deveríamos mudar para outra casa. Mas quando? Como? Não estávamos enxergando ainda as outras duas luzes.

É possível descobrir o que Deus quer e, mesmo assim, errar por não discernir a hora e/ou a maneira de Deus de se fazer aquilo. Nós não queríamos dar mais um “fora” como nós e tantos outros já demos. Um caso conhecidíssimo é o de Abrão. Embora conhecendo a promessa de Deus de lhe dar um filho, não esperou a hora de Deus e também não acertou a maneira de Deus. Até hoje estamos colhendo os resultados tristes desse desacerto, na desavença entre árabes e judeus.

Outros, como Davi, acertaram a vontade e a hora de Deus (de levar a arca de volta para Jerusalém), mas não a maneira (1 Crônicas 13). Resultado: no meio dos festejos de mais de trinta mil pessoas se alegrando e louvando ao Senhor, Deus feriu com morte um rapaz inocente que queria apenas apoiar a arca oscilante. Por que razão? É simples. Deus faz as regras do jogo e não vai mudar nem um milímetro sua maneira de agir para acomodar a nossa, por mais racional e adequada que possa parecer.

O rei Davi havia consultado os capitães e príncipes de Israel (sua junta administrativa), em vez de consultar a Deus, como nós muitas vezes fazemos ainda hoje. Esperava a bênção de Deus, mas não a obteve. Voltou aborrecido para casa, e só depois de três meses de tristeza e uma consulta para descobrir o porquê da tragédia, conseguiu uma explicação: “Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas, porque o Senhor os elegeu, para levarem a arca de Deus” (1 Crônicas 15.2).

Davi retornou à casa de Obede-Edom onde havia mandado deixar a arca e, num dos mais jubilosos festivais de todos os tempos, restaurou a arca ao seu devido lugar debaixo da bênção abundante do Senhor.

Eu e Joana pedimos a Deus uma resposta das outras duas perguntas. Quando mudar? Pois tínhamos muitos compromissos nos próximos meses. Onde encaixar uma mudança? E terceiro, como fazer acontecer isto? Não sentimos paz em alugar uma casa administrada por uma imobiliária.

Uma das lições que aprendemos através de cabeçadas dadas durante a passagem de muitos anos foi esta: é melhor e há menos prejuízo quando acertamos a primeira vez. Mas, como saber o tempo e a maneira certa de Deus? Usando o mesmo sistema que adotamos para descobrir a vontade dele: submetendo-nos (realmente), esperando (isso é difícil!) e confiando em nosso Pai amoroso para nos indicar exatamente quando e como devemos proceder. Existem “luzes” das circunstâncias, da Palavra, do conselho de outros, etc., para tirar todas as dúvidas do nosso coração e as substituir pela convicção e paz que operam além dos limites do nosso entendimento (Filipenses 4.7). 

É só alinhar o nosso “navio” com as luzes e seguir em frente.

Passaram-se alguns meses e um irmão da igreja nos telefonou: “Sei que vocês estão procurando uma casa. Nós vamos mudar. Interessa esta casa?” Fomos olhar. Era “mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Efésios 3.20), e com o mesmo aluguel. As luzes estavam alinhadas. Passamos no teste. E fizemos a mudança com a bênção de Deus.

Chega de batermos a cabeça, de apanhar, de fazer jejuns e levantar clamores pedindo a bênção de Deus sobre “nosso ministério”, “nossos planos” e “nossos projetos”. O Senhor deve estar enjoado de toda nossa agitação infantil e carnal. Neguemo-nos a nós mesmos, abramos mão de “nossa vida”, submetamo-nos à vontade do Pai em cada área de nossa vida, e a experiência de Davi será nossa: “Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida” (Salmo 23.5,6).

Quando algo se origina em Deus, é feito à maneira de Deus e no tempo de Deus, sempre terá a bênção de Deus. 

Com as luzes alinhadas, podemos navegar pela vida, abençoados e seguros. E, no final, poderemos dizer com Jesus: 
“Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (João 17.4).

5 comentários:

  1. O único defeito desse texto é que ele é muito voltado pra ótica cristã. Acho que um árabe não ficaria muito contente em saber que seu povo descende de um "erro", ao ler essa narrativa. A mensagem é boa, mas peca pela parcialidade extrema, o que é contraditório, talvez o autor não tenha se entregue tanto a deus como diz.

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  2. Pra quem, como eu, quer ver as coisas pela ótima cristã, não é defeito.
    E acredito que o propósito do autor não foi ver essas coisas de outra maneira a não ser realmente pela ótica cristã, como bem dissestes.

    valeu pelo comentário.

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  3. Muito bem, então me explique na ótica cristã, o motivo de vocês serem tão contraditórios. ORA, se deus é onipotente e onisciente, ele sabia que IBRAHIM ( Abraão ) iria ter o filho com outra mulher. No entanto, o texto coloca isso como erro, o que é no mínimo, um insulto muito grave.

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  4. Abraão não aguardou a providência de Deus, por isso pecou,gerando um filho(Ismael) que não foi herdeiro da promessa ou seja não sendo ances-tral da nação eleita.
    Porém o mesmo Deus abençoou Ismael para que fos se pai de uma grande nação,assim como seria Isaque.
    fazer dos árabes herdeiros desta promessa seria aprovar a impaciência de Abraão.
    os ismaelitas e seus descendentes são um grande povo ,ainda hoje,mas não foram guardiões da palavra, e não geraram o messias.
    Em cristo somos todos filhos de Abraão indepedente da linhagem,portanto:o mais profundo respeito ao clã guerreiro de Havilá!

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  5. Eu não entendo...
    Deus estar no controle anula os erros humanos?
    =s

    Aí entra um ponto que não dá pra simplesmente tentar responder tranquilamente xD... é preciso entender a onisciente, a soberania de Deus...
    As coisas espirituais se discernem espiritualmente.

    Todo mundo é contraditório!

    Eu não entendo totalmente, claro, mas o que sei,
    vendo assim, Deus não deveria ter nem nos criado.

    Ele sabe de tudo, está acima de tudo e controla tudo. Seria bem melhor não criar algo que daria tanto trabalho, e Ele como ser perfeito ver uma imperfeição como a gente... se não fosse por Ele ser todo AMOR... sabe Deus o q ia acontecer xD
    Ele sabe ser todo o AMOR, toda a JUSTIÇA, toda a MISERICÓRDIA, nós só não conseguimos entender isso porque conhecemos (se conhecemos) essas coisas em parte...

    O que escolhemos, o que decidimos, apesar de estar no controle de Deus foram escolhas nossas.
    Abraão queria fazer a vontade de Deus e escolheu errado. Pq não poderia errar?

    Os planos de Deus não foram frustrados, mesmo com os erros Deus esteve sempre no controle.

    Se Ele sabia que isso aconteceria? Claro?
    Porque que Ele não foi claro, então?
    E eu sei?!!
    Tenho idéias... como diz no texo aí.. esperar a hora e a maneira dEle..
    mas não sei...

    Nós, pensando como humanos que somos, não temos como entender como Deus age na sua totalidade, mas eu me sinto muito bem com Ele agindo e sabendo que Ele tá aí, no controle de tudo. ;)

    os nossos erros não O diminue.
    Nós é que diminuímos com isso.

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