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"Não cobiço nem disputo os teus olhos, não estou sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos, nem sei tão pouco se quero ver o que vêem e do modo como vêem os teus olhos. Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo.
"
(Iniciação - Ademar Santos)

19 de janeiro de 2011

Hoje*

“- Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz. Ela fala sem cessar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro… e assim as minhas horas são desperdiçadas. Ela chora por qualquer motivo e fica facilmente emburrada e, às vezes, muito tempo ociosa. Vim devolvê-la porque não posso viver com ela.

Depois de uma semana o homem voltou ao Criador e disse: - Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta! Eu sempre penso nela, em como ela dançava cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava e comigo e como se achegava a mim. Ela era agradável de ver e de acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, me dê ela de volta.
- Está bem, disse o Criador. E a devolveu.

Mas, três dias depois, o homem voltou e disse: 
- Senhor, eu não sei. Eu não consigo explicar, mas depois de toda esta minha experiência com esta criatura, cheguei à conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe, tomá-la de novo! Não consigo viver com ela! 

O Criador respondeu: 
- Mas também não sabe viver sem ela. E virou as costas para o homem e continuou seu trabalho. 
O homem desesperado disse: Como é que eu vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela. 
E arremata o Criador: - Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto. 
Amor é um sentimento a ser aprendido.  
É tensão e satisfação. 
É desejo e hostilidade. 
É alegria e dor. Um não existe sem o outro. 
A felicidade é apenas uma parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido. 
O sofrimento também pertence ao amor. Este é o grande mistério do amor. 
A sua própria beleza e o seu próprio fardo. 
Em todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria. 
A pessoa terá sempre que abdicar de alguma coisa para possuir ou ganhar outra coisa.
Terá que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade. 
É como plantar uma árvore frente a uma janela… Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem. 
Troca o silêncio pelo gorjeio da passarada ao amanhecer. 
É preciso considerar tudo isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do AMOR."

Walter Trobisch em seu livro “Amor: Um Sentimento a Ser Aprendido”
*Hoje - Música do Pimentas do Reino

Isso basta.

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