oi =}

"Não cobiço nem disputo os teus olhos, não estou sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos, nem sei tão pouco se quero ver o que vêem e do modo como vêem os teus olhos. Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo.
"
(Iniciação - Ademar Santos)

30 de outubro de 2009

O que te impede?

Medo?
Preguiça?
Valores?
Timidez?
Outras pessoas?
Todas as coisas juntas?

O medo é bom, as vezes.
Tenho medo de morrer com dor.
Morrer atropelada, deve ser agoniante, as coisas estão doendo e tem um monte de gente besta ao redor com cara de susto.
Isso me faz ser cautelosa ao atravesar a rua.

Tenho medo de não conseguir o que quero.
O que me faz tentar fazer algo pra conseguir o que quero.

Tenho medo da consequência dos meus erros.
Não acho que erro muito em tudo, acho que erro sempre nas mesmas coisas.
Errar é humano, persistir no erro é idiotisse.
Sou idiota.

O que eu não faço por medo?
Não fiz algumas coisas que poderia me submeter ao ridículo, mas acho que isso tem mais a ver com "outras pessoas".

Preguiça.
Não faço coisas por preguiça.
É.
Trabalhos por exemplo.
Mas a preguiça tem a ver com "não gosto de fazer isso e sou obrigada", ou "não gosto de fazer isso mas tenho que fazer pra conseguir o que quero mais tarde" ou "um corpo em repouso tende a permanecer em repouso", culpa da física.

Valores...
Ah. Os valores são um sacrifício.
Essas são as coisas que não faço por consciência de que é o melhor a ser feito, ou não feito.
E pra agradar ao que merece.

Não vou mentir, as vezes não quero, mas é isso mesmo.
Crucificar o Eu é uma parte legal pra deixar o orgulho de lado e no final nem dói e foi o melhor caminho.
Tá, dói sim, dói muito, mas no final foi o melhor caminho, talvez até o melhor caminho para a dor mais leve.

Timidez.
A timidez está diretamente relacionada com "outras pessoas".
Sou tímida, mas depende da pessoa.
Certas pessoas me travam, outras pessoas me deixam confortável demais.

O que não faço por timidez?
Coisas que gostaria de fazer com pessoas que não me sinto tímida. Ser bem mais eu.

Outras pessoas.
Essas "outras pessoas" ... Um saco!
Pra mim é uma mistura de valores com timidez.
Confesso que algumas coisas não faço ou não fiz mais por "outras pessoas" do que por valores.
Porque os valores dessas outras pessoas são os mesmos que os meus, mas as outras pessoas criticam a tudo e querem julgar como se você não tivesse esses valores, mas você tem.
Essa outras pessoas são responsáveis também pela timidez.

Sabe...
não concordo quando alguém diz que não tá nem aí pro que uma outra pessoa diz.
Pra mim todo mundo tá aí.
Uma coisa é viver em função da outra pessoa.
Outra coisa é ouvir a pessoa e viver por sua conta, o que é melhor.

Pessoa que vive pra criticar irrita demais. E não é nada de crítica construtiva, é destrutiva mesmo, esse é o propósito.
Pessoa que dá teco na sua vida enquanto a dela seria melhor se ela olhasse mais pra si do que pra você... dá vontade de bater.

Enfim.
Não fazemos coisas com diversos motivos.
No final acho que isso é a harmonia.
É isso que faz as coisas não saírem de um controle. Ter uma ordem.
Podemos ser livres mesmo tendo restrições, barreiras.
Isso mostra um pouco do que somos, do que é importante pra gente, em que damos valor.

Liberdade não é fazer o que quiser.
Liberdade é saber fazer, sentir-se livre.


"Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
(Cecília Meireles.)

24 de outubro de 2009

Competição

É. A Vida é assim. Todo dia.
Não adianta dizer que não. Sempre foi assim e vai continuar sendo e a tendência é piorar.

É natural, não?
É uma seleção.

Todos competem. Somos preparados pra isso.
Quando estamos na escola não competimos diretamente com ninguém. Pelo menos ainda não temos muita a real noção disso.

Quando estamos perto do vestibular vemos que tem algumas pessoas que são amigos, mas concorrentes, pois disputam a mesma vaga. É, tem várias vagas, mas disputam por elas, por cada uma.
Se os dois passarem, ótimo, vão ser amigos de sala. Se só um passar, um se deu melhor, ganhou.


Ao entrar na faculdade, volta a ser a mesma coisa da escola. Mas claro, as crianças cresceram, estão mais espertas e mais competitivas, já ganharam, perderam, e não querem mais perder.
Claro. Ninguém gosta de perder.

No início tem a competição indireta, como sempre, mas quando vai chegando ao final do curso, os amigos de sala viram concorrentes certos.
Todos desempregados, procurando um lugar, todos com o mesmo conhecimento que a universidade deu, alguns fixaram mais, outros não fixaram muita coisa, alguns saíram do comum, outros ficaram só com aquilo que viram.
Tem os bons e os ruins.
A competição entre os bons, pra saber quem se dará melhor, ou é o melhor. Quanto melhor a pessoa é, mais a pessoa gosta de competir. E a competição entre os ruins, pra saber quem é o melhor.

Quando arranja um emprego a competição entra de novo em cena. Mas dessa vez nem precisa ser entre pessoas da mesma área, é geral.
Na verdade ela nunca saiu...

O meu curso é algo complicado.
Tudo que tem a ver com criação, criatividade, algo autoral, a competição é mais certa.
Não há espaço para todos.
Desde o início fomos ensinados assim, falando que o mercado de trabalho é concorrido, você tem que ser bom, ter algo a mais pra se destacar e tal.

Não to dizendo que competição é ruim.
É boa, é natural, mas existem as competições que não são saudáveis.
você é capaz de fazer tudo pra ser o melhor?
Esconde coisas pra ter uma chance a mais que o outro?
Guarda informações, conhecimento pra si e diz que não sabe?

Tenho medo disso.
Queria fazer só minha parte, sabe? Tento fazer.
Fazer o possível pra ser melhor do que posso ser, o meu máximo(clichê), mas tem tanta gente que passa a perna, fala mal, usa tantas formas pra prejudicar outra pessoa... Tento ignorar essas pessoas, mas elas irritam. E o pior, se dão bem.

A minha cara de orgulhosa, de pessoa nada humilde, me ajuda. É só me ver andando pela rua...
Se eu não tivesse essa cara seria mais besta do que sou.

E parece que não há mais espaço pra gente besta.

6 de outubro de 2009

Ônibus

Responsável de 30 a 40% do meu tempo acordada esse lugar me faz passar por muitas e ruins poucas e boas.

Já teve épocas em que pegava 8 ônibus por dia.
faculdade-casa-estágio(2)-metade do caminho de casa-casa-academia-casa
Isso correspondia a 6 horas do meu precioso tempo. (na época eu era ocupada)

Não suportando, não especificamente o ritmo, mas os ônibus, a permanência neles, e a espera por eles, fui deixando de pegar 2 ônibus, aprendendo a caminhar por muitos quarteirões e largando algumas coisas, como a academia, que serviu pra algo bom, economizar a grana, pros futuros ônibus.

Moro longe, espero demais por ônibus e demoro demaaais neles. Se fosse apenas isso...
Claro que acontecem coisas nesse tempo que estou nesse adorável meio de transporte, e por isso falarei 10 situações que lembro envolvendo esse amado transporte coletivo:

1- Um palhaço entrar no ônibus (eles me estressam) e dizer: Só os bonitos vão responder "Bom dia", ok? Apontar pra mim e dizer: Você não, blz? É feia. (Galera olha) Eu respondo e ele: Convencida!

2- Doido entra com peixeira dentro do ônibus. Só descubro quando o ônibus tá cheio de policial.

3- Uma quase batida entre meu ônibus e um caminhão. Levando todas as mulheres a gritar loucamente, menos eu. Descobri que morro do coração, mas não grito.

4- Ônibus assaltado por 2 pirralhos, pediram dinheiro pra todo mundo, todo mundo foi assaltado, menos eu. Isso é bom, né? Aham. Claro. Adorei ser desprezível nesse dia.

5- Faltando 2 paradas pra eu descer, o motorista para o ônibus e vai andando por uma rua, até sumir. E todo mundo olhando pra trás com cara de: Ham?

6- Ônibus pega atalho e não passa pelo único ponto de referência que eu tinha. Fazendo com que eu tivesse duas escolhas: continuar perdida no ônibus ou descer com o carinha que disse: Eu sei onde é. Desce comigo que te mostro. Desci.

7- Pisar no vômito depois de ter arrebentado a sandália (tava descalça) e sair limpando meu pé em todo o ônibus.

8- Pegar ônibus estranho e colocar na cabeça que só iria descer quando encontrasse um lugar conhecido. Não encontrar nenhum lugar conhecido.

9- Cobrador descer para fazer uma ligação no orelhão, e eu única passageira. Passam 5 minutos, saio do ônibus mordida. O ônibus vai me acompanhando andando dizendo: Entra! Entra. E eu: Não vou entrar! E o motorista: Ah! Então vai andando! E sair voado.

10- Esperar 20 minutos, sozinha, no calor de 15 horas, trancada no ônibus porque o cobrador e o motorista pararam numa panificadora pra lanchar.


Deve ter algo escrito na minha testa, como "Sou idiota. Fique a vontade"